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Quem é semelhante ao Senhor nosso Deus, que tem o seu assento nas alturas,

que se inclina para ver o que está no céu e na terra?





ORAÇÃO ⁜ SALMO DA BÍBLIA № 113


§ 113:1  Ł Louvai ao Senhor. Louvai, servos do Senhor, louvai o nome do Senhor.

§ 113:2  Bendito seja o nome do Senhor, desde agora e para sempre.

§ 113:3  Ɗ Desde o nascimento do sol até o seu ocaso, há de ser louvado o nome do Senhor.

§ 113:4  Exaltado está o Senhor acima de todas as nações, e a sua glória acima dos céus.

§ 113:5  Quem é semelhante ao Senhor nosso Deus, que tem o seu assento nas alturas,

§ 113:6  ɋ que se inclina para ver o que está no céu e na terra?

§ 113:7  Ele levanta do pó o pobre, e do monturo ergue o necessitado,

§ 113:8  para o fazer sentar com os príncipes, sim, com os príncipes do seu povo.

§ 113:9  Ele faz com que a mulher estéril habite em família, e seja alegre mãe de filhos. Louvai ao Senhor.


O SALMO 113



I SERMÃO 💬

§ 1
1.6 Caríssimos irmãos! Efetivamente lemos e nos é bem notória a narrativa do livro do Êxodo (cf Ex 14,22), acerca do povo de Israel: que foi libertado da iníqua dominação dos egípcios e atravessou a pé enxuto as águas divididas do mar. Também lemos sobre o rio Jordão (cf Js 3,15-17), quando através dele o povo entrou na terra prometida, que, no momento em que os pés dos sacerdotes portadores da arca do Senhor o tocaram, ele reteve a queda impetuosa das águas superiores e deixou correr para o mar as da parte inferior, e enquanto os sacerdotes se mantinham parados, todo o povo passou pelo leito seco. Conhecemos os fatos. Mas, não devemos pensar que nesse salmo, a que respondemos agora pronunciando e cantando o Aleluia, quis o Espírito Santo recordássemos os feitos do passado, sem cogitarmos algo de semelhante no futuro.

Essas coisas”, declara o Apóstolo, “lhes aconteceram para servir de exemplo e foram escritas para a nossa instrução, para nós que fomos atingidos pelo fim dos tempos(1 Cor 10,11).

Se ouvirmos as palavras do salmo:

quando Israel saiu do Egito e a família de Jacó do meio de um povo bárbaro, a Judéia tornou-se o seu santuário e Israel o seu domínio; o mar o viu e fugiu e o Jordão retrocedeu”, não julguemos serem contados fatos passados, mas antes serem preditos eventos futuros. Os milagres operados em favor daquele povo eram então reais, mas simbolizavam eventos futuros. Por isso, aquele que ao salmodiar predizia esses feitos, traduzia em palavras o mesmo que os fatos realizavam, porque um só e mesmo Espírito operava aquelas ações e inspirava estas palavras, de tal sorte que era prenunciado por meio de figuras de palavras e fatos o que estava reservado para se manifestar no fim dos séculos. O salmista não narra exatamente o que aconteceu, mas alguns pontos diferem do que lemos, para que não pensássemos estar ele a relembrar o passado, antes estar a predizer o futuro. Em primeiro lugar, o Jordão não retrocedeu, mas lemos que pararam as águas da parte superior, enquanto o povo atravessava; em seguida, não lemos terem os montes e colinas saltado. Ele não só acrescentou isto, mas até o repetiu. Pois, tendo dito:

O mar o viu e fugiu e o Jordão retrocedeu”, prossegue:

Os montes saltaram como carneiros, e as colinas, como cordeiros” e ainda pergunta com as mesmas palavras:

Que tens, ó mar, para fugires? E tu, Jordão, por que retrocedeste? Montes, por que saltastes como carneiros, e vós, colinas, como cordeiros?



§ 2
Atendamos aos avisos que nos são dados; porque aqueles feitos foram figuras para nós, e as palavras nos exortam a nos reconhecermos neles. Se guardarmos com firmeza de coração a graça de Deus que nos é dada, somos Israel, descendência de Abraão; diz-nos o Apóstolo:

Então sois descendência de Abraão(Gl 3,29).

Conforme diz ele também em outra passagem: Para Abraão a “fé foi levada em conta de justiça; não foi quando estava circuncidado, mas quando ainda era incircunciso; e recebeu o sinal da circuncisão como selo da justiça da fé, que ele tinha quando incircunciso. Assim ele se tornou pai de todos aqueles que crêem, sem serem circuncidados, para que a ele também seja atribuída a justiça; e pai dos circuncisos, que não só receberam a circuncisão, mas que também seguem a trilha da fé que teve Abraão, nosso pai, quando ainda incircunciso”.

Não se tornou pai apenas dos carnalmente circuncisos, tendo-lhe sido dito:

Eu te constitui pai de muitos povos(Rm 4,9-17).

Muitos”, não, porém, de alguns, mas de todos; isto foi a ele claramente declarado:

Em ti serão abençoadas todas as nações(Gn 22,18).

Por conseguinte, nenhum cristão se julgue excluído do nome de Israel. Estamos unidos na pedra angular àqueles judeus que acreditaram, em cujo número encontram-se principalmente os apóstolos. Daí vem que o Senhor afirme em outro lugar:

Mas tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; devo conduzi-las também, e haverá um só rebanho e um só pastor(Jo 10,16).

Portanto, o povo cristão principalmente constitui o povo de Israel, e é antes ele que formam a casa de Jacó. De fato, Israel identifica-se com Jacó. Quanto à multidão dos judeus, que devido a sua perfídia foi reprovada, vendeu por um prazer carnal a sua primogenitura, que pertencia antes a Esaú e não a Jacó (Gn 25,33).

Conheceis o que foi dito a respeito deste mistério:

O mais velho servirá ao menor(Gn 25,23; Rm 9,13).



§ 3
Quanto ao Egito, que significa aflição, ou aquele que aflige ou oprime, muitas vezes é imagem deste mundo, do qual espiritualmente devemos nos apartar, para não formarmos parelha com os infiéis (cf 2Cor 6,14).

Assim, pois, faz-se cidadão idôneo da Jerusalém celeste quem primeiro tiver renunciado a este mundo, conforme também o povo hebreu não pôde ser levado à terra da promissão antes de se afastar do Egito. Mas, como ele não pôde partir dali, a não ser libertado por auxílio divino, assim ninguém renuncia de coração a este mundo, se não for ajudado por um dom da divina misericórdia. Realiza-se agora em cada fiel dos que nascem diariamente na Igreja, neste período final do mundo, nesta última hora, conforme escreve são João, aquilo que ali foi prefigurado outrora. Ouvi o Apóstolo, doutor dos gentios a ensinar e instruir:

Não quero que ignoreis, irmãos, que nossos pais estiveram todos sob a nuvem, todos atravessaram o mar, e, na nuvem e no mar, todos foram batizados em Moisés. Todos comeram o mesmo alimento espiritual, e todos beberam a mesma bebida espiritual, pois bebiam de uma rocha espiritual que os acompanhava, e essa rocha era Cristo. Apesar disso, a maioria deles não agradou a Deus, pois caíram mortos no deserto. Ora, esses fatos aconteceram para nos servir de exemplo(1 Cor 10,1-6).

Que quereis ainda, irmãos caríssimos? Certamente, isso é claro, não por opinião humana, mas devido a um magistério apostólico, isto é, magistério de Deus e do Senhor; pois Deus falava neles, e apesar de ser através de nuvens materiais, era contudo o Senhor que fazia ouvir sua voz; sem dúvida, é evidente, devido a tão grande testemunho, que tudo aquilo se realizou figuradamente, e que agora se cumpre para nossa salvação; porque então se prenunciavam eventos futuros, agora se lêem fatos passados e se reconhecem acontecimentos presentes.



§ 4
Escutai agora coisa mais admirável. Alguns fatos ocultos e velados nos mistérios dos livros antigos, são revelados parcialmente nesses livros antigos. Pois, assim fala o profeta Miquéias:

Como nos dias de sua saída do país do Egito, mostrar-lhes-ei maravilhas! As nações verão e se envergonharão apesar de todo o seu poderio; que ponham a mão na boca, e seus ouvidos fiquem surdos. Que lambam o pó como a serpente, como os animais que rastejam pela terra. Que saiam tremendo de suas fortalezas, em direção ao Senhor nosso Deus, que eles tenham medo diante de ti. Qual deus é como tu, que tira a culpa e perdoa o crime ao resto de tua herança? Que não guarda para sempre a sua ira, porque prefere a misericórdia? Novamente ele nos manifestará a sua misericórdia, e lançará no mar as nossas faltas, lançará no fundo do mar todos os nossos pecados(Mq 7,15-19).

Indubitavelmente percebeis, irmãos, que se revelam aqui mais claramente mistérios sagrados. O presente salmo, portanto, embora se trate de uma admirável profecia do Espírito acerca do futuro, parece contudo estar narrando fatos passados.

A Judéia se tornou o seu santuário; o mar o viu e fugiu”.

Tornou-se, viu e fugiu: são verbos no tempo passado; sem preconceito, porém, entendem-se eventos futuros. De outra forma, contra o testemunho do evangelho somos obrigados a entender que as seguintes palavras não são prenúncios do futuro, mas lembrança do passado:

Dividiram entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes(Sl 21,19).

Apesar de estarem os verbos no pretérito, prenunciavam contudo o que se cumpriria tanto tempo depois, na paixão do Senhor. No entanto, caríssimos, o profeta que citei, poliu os corações grosseiros, e prolongou sem dúvida o conhecimento dos fatos passados até o futuro. Assim, acreditemos não somente por causa da autoridade do Apóstolo que esses feitos eram figuras para nós (mas nem por isso foram omitidos pelos próprios profetas), de tal sorte que vendo e nos alegrando diante de sua palavra reveladora, tiremos certos e seguros, do tesouro de Deus, coisas novas e velhas, concordes e coerentes entre si. Apesar de ter o salmista cantado o salmo tanto tempo após a saída do povo hebreu do Egito, e tanto tempo antes da época atual da Igreja, entretanto atesta sem dúvida alguma que ele predizia o futuro.

Como nos dias de sua saída do país do Egito, mostrar-lhes-ei maravilhas! As nações verão e se envergonharão”.

É isto que diz aqui o salmo:

O mar o viu e fugiu”; se aqui, pelos verbos no pretérito, como:

viu” e “fugiu” ocultamente se predizem fatos futuros, certamente quando os verbos:

verão” e se “envergonharão”, verbos no futuro, quem ousará pensar em fatos passados? E pouco depois, indica, sob luz meridiana, que nossos delitos, como os egípcios que submergiram no mar, foram imersos e apagados no batismo, dizendo:

Prefere a misericórdia”.

Novamente “ele nos manifestará a sua misericórdia, e lançará no mar as nossas faltas, lançará no fundo do mar todos os nossos pecados”.



§ 5
E então, caríssimos irmãos? Vós que reconheceis serdes israelitas segundo a descendência de Abraão, que sois da casa de Jacó, herdeiros segundo a promessa, considerai que saístes do Egito, que renunciastes a este mundo, saístes do meio de um povo bárbaro, vos apar-tastes pela confissão cheia de piedade das blasfêmias dos gentios. Pois, não é a vossa língua e sim uma língua bárbara, que não sabe louvar a Deus, ao qual cantastes o Aleluia. De fato, a “Judéia tornou-se o seu santuário em vós. Pois o verdadeiro judeu não é aquele que como tal aparece externamente, nem é verdadeira circuncisão a que é visível na carne; mas é judeu aquele que o é no interior e a verdadeira circuncisão é a do coração(Rm 2,28.29).

Interrogai, portanto, os vossos corações; se a fé os circuncidou, se a confissão os purificou, “em vós a Judéia tornou-se o seu santuário”, em vós “Israel o seu domínio”.

Pois ele vos deu o poder de vos tornardes filhos de Deus (cf Jo 1,12).



§ 6
Então, lembre-se cada um de vós, querendo unir seu coração a Deus e a seu suave jugo, e afastando-se dos antigos desejos do tempo de sua ignorância, de submeter-lhe um ânimo devoto e abandonando; rejeitando os atos carnais deste mundo (quando sem fruto labutava, de maneira parecida à fabricação de tijolos no Egito, sob o duro domínio do diabo), ouça a voz do Senhor que chama:

Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo e eu vos darei descanso(Mt 11,28).

Lembre-se, portanto, cada um de vós, como cessaram todos os impedimentos mundanos, como as vozes dos que vos dissuadiam nem ousaram mais irromper, ou se calaram, considerando com tremor que o nome de Cristo está exal-tado e honrado por todas as terras. Por conseguinte:

O mar o viu e fugiu”, de tal sorte que o caminho se abrisse para ti sem contradição, em vista da liberdade espiritual.



§ 7
Como foi, porém, que “o Jordão retrocedeu”, não o procureis fora de vós mesmo, nem suspeiteis algo de mal. O Senhor repreende os que voltaram para ele as costas e não a face (cf Jr 2,27).

E todo aquele que abandona seu princípio e se aparta de seu Criador, cai na malícia cheia de amargura deste mundo, como o rio entra no mar. Seria um bem para ele retroceder, e voltar a face para Deus, a quem ele voltara as costas. Fique para trás o mar deste século, que tivera diante de si quando nele caía; e assim se esqueça do que ficou para trás e avance para o que está adiante (cf Fl 3,13); será isto útil ao convertido. De fato, antes de se converter, se ele se esquece do que ficou para trás, esquece-se de Deus, porque ele lhe voltara as costas, e o deixara para trás; e se avança para o que está adiante, avança para o mundo, porque voltara para ele a face, enquanto avidamente penetrava nele. O Jordão, portanto, figura aqueles que receberam a graça do batismo; e deste modo o Jordão retrocede, ao se converterem eles para Deus, de tal sorte que já não o tenham atrás, mas com a face descoberta, refletindo como num espelho a glória do Senhor, são transfigurados nessa mesma imagem, de glória em glória (cf 2Cor 3,18).



§ 8
Os montes saltaram como carneiros”, os fiéis administradores da palavra da verdade, os santos apóstolos, os santos pregadores do evangelho.

E as colinas, como cordeiros”.

São aqueles aos quais diz o Apóstolo:

Fui eu quem pelo evangelho vos gerou”; são aqueles aos quais foi dito:

Não vos escrevo tais coisas para vos envergonhar, mas para vos admoestar como a filhos bem-amados(1 Cor 4,15.14); a estes foi dito:

Trazei cordeirinhos ao Senhor (Sl 28,1).

Observai como em todas as terras, vós que sabeis admirar estas coisas, e alegrar-vos cantando ao Senhor vosso Deus, observai como por todas as gentes essas coisas se realizam, tendo sido preditas e feitas em figuras tanto tempo antes.



§ 9
Interrogai:

Que tens, ó mar, para fugires? E tu, Jordão, por que retrocedeste? Montes, por que saltastes como carneiros, e vós, colinas, como cordeiros?” Por que motivo, ó mundo, cessaram teus impedimentos? Por que vós, tantos milhares de fiéis em todo o orbe, renunciastes a este mundo, e vos convertestes a vosso Senhor? Por que vos alegrais, visto que no fim vos será dito:

Muito bem, servo bom e fiel! Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei?” Qual a razão de vos alegrardes vós aos quais se dirá no fim:

vinde, benditos de meu Pai, recebei por herança o reino preparado para vós desde a criação do mundo”? (Mt 25,21.34).



§ 10
Todas essas coisas vos serão respondidas, e vós mesmos havereis de vos responder:

Tremeu a terra ante a face do Senhor, ante a face do Deus de Jacó”.

Que é a “face do Senhor” senão a presença daquele que disse:

Eis que eu estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos”? (Mt 28,20).

A terra, efetivamente, tremeu; mas como estava indolente, foi abalada, para se firmar mais solidamente ante a face do Senhor.



§ 11
8 “Que converteu a pedra em tanques de águas e a rocha em fontes de águas”.

Liquefez a si mesmo e certa dureza sua para irrigar seus fiéis, a fim de se tornar neles uma fonte de água que brota para a vida eterna. Antes, quando era desconhecido, parecia duro. Daí provém que eles se perturbaram e não esperaram até que, depois de reveladas as Escrituras, as águas corressem e os inundassem; e disseram:

Essa palavra é dura! Quem pode escutá-la”? (Jo 6,61).

Esta pedra, esta dureza se converteu em tanques de águas, e esta pedra em fontes de águas, quando o Senhor ressuscitado expôs-lhes, a começar por Moisés, através de todos os profetas, que era necessário que Cristo assim sofresse (cf Lc 24,27.26); e enviou o Espírito Santo, do qual ele dizia:

Se alguém tem sede, venha a mim e beba(Jo 7,37).



§ 12
9.1 “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá a glória”.

Efetivamente, esta graça da água que brotou da pedra (e “essa rocha era Cristo” - 1Cor 10,4).

Não foi dada por causa de obras que a houvessem precedido, mas por misericórdia daquele que justifica o ímpio (cf Rm 4,5).

De fato, Cristo morreu pelos ímpios (cf Rm 5,6), a fim de que os homens não procurassem a própria glória, mas buscassem a glória do nome de Deus.



§ 13
10.2 “Pela tua misericórdia e pela tua verdade”.

Notai que nas Sagradas Escrituras é freqüente estarem unidas essas duas coisas, a misericórdia e a verdade. Deus, com efeito, em sua misericórdia chamou os ímpios e em sua verdade julga aqueles que tendo sido chamados não quiseram vir.

Para que não digam as nações: Onde está o seu Deus?” Por fim, aparecerão sua misericórdia e sua verdade, quando aparecer no céu um sinal do Filho do homem e então chorarão todas as tribos da terra, que não dirão:

Onde está o seu Deus?” pois então já não será anunciado para que elas acreditem, mas mostrar-se-á terrível.



§ 14
11.3 “Mas nosso Deus está nos altos céus”.

Não está no céu onde se vêem o sol e a lua, obras de Deus que eles adoram, mas “nos altos céus”, que ultrapassam todos os corpos celestes e terrestres. Mas Deus não se encontra no céu de tal modo que se fosse retirado o céu, ele receasse uma queda, ficando sem apoio.

Fez tudo que lhe aprou-ve no céu e na terra”.

Ele não precisa de suas obras para ter onde permanecer; mas persiste em sua eternidade, e permanecendo nela fez tudo que lhe aprouve no céu e na terra. Nem as criaturas o sustentavam, a fim de serem feitas por ele, pois não poderiam sustentá-lo sem serem criadas. Por conseguinte, ele contém como necessitadas dele as coisas onde se encontra, mas não está circunscrito por elas como se delas precisasse. Ainda que se entenda neste sentido:

Fez tudo que lhe aprouve no céu e na terra”, contudo, ele estabeleceu por sua graça e sua vontade os príncipes e igualmente os súditos de seu povo, tendo em vista que ninguém se glorie dos méritos de suas obras; quer os montes saltem como carneiros, quer as colinas como cordeiros, tremeu a terra ante a face do Senhor, a fim de que não ficassem eles para sempre no meio das impurezas terrenas



II SERMÃO 💬

§ 1
9/1 12/4 Talvez um exame atento não descubra nos salmos senão um só estilo de composição de tal forma que não exista salmo que não possa unir-se ao precedente. Consideremos, contudo, o presente salmo como sendo um só com o antecedente. Pois, como no primeiro foi dito:

Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá a glória, pela tua misericórdia e pela tua verdade, para que não digam as nações: Onde está o seu Deus?” Visto que adoramos a um Deus invisível, em nada notório aos olhos corporais, mas somente a poucos homens de corações muito puros, a ponto de poderem as nações perguntar: Onde está o seu Deus? porque elas podem apresentar aos olhos dos outros os seus deuses, o salmista primeiro declara que através das obras podemos nós experimentar a presença de nosso Deus, porque, embora esteja “nos altos céus, fez tudo que lhe aprouve no céu e na terra”.

Como se dissesse: Mostrem-nos as nações os seus deuses, acrescenta:

Os ídolos das nações são prata e ouro, obras das mãos dos homens”, isto é, apesar de não podermos apresentar a vossos olhos carnais o nosso Deus, que devíeis conhecer através de suas obras, não vos deixeis seduzir pelos ídolos vãos, porque podeis apontar com o dedo os simulacros que adorais. Com efeito, seria muito mais decoroso não terdes o que mostrar do que demonstrar a cegueira de vossos corações por meio daquilo que exibis aos olhos carnais; de fato, que nos apresentais senão ouro e prata? Na verdade, existem também simulacros de bronze, de madeira e de barro, de variados materiais; mas o Espírito Santo preferiu mencionar o mais precioso deles, porque se alguém se envergonha do mais precioso, muito mais facilmente deixará de venerar o mais vil. Efetivamente, foi dito noutra passagem das Escrituras a respeito dos adoradores dos simulacros: Dizem à madeira:

Tu és meu pai! e à madeira: Tu me geraste!(Jr 2,27).

Mas, a fim de que ninguém se julgue mais prudente por não se dirigir assim à madeira e à pedra, mas ao ouro e à prata, verifique, dê atenção com o ouvido do coração ao seguinte:

Os ídolos das nações são prata e ouro”.

O salmista não mencionou coisa abjeta e desprezível. Todavia, ouro e prata são terra para a alma que não é terra; apenas são metais mais belos, brilhantes, mais sólidos e firmes. Não o toque mão humana, para fabricar um deus falso do metal criado pelo verdadeiro Deus; ainda mais, fabricar um homem falso para venerá-lo em lugar do verdadeiro Deus. Se alguém o quisesse ter por amigo em vez de um homem real, estaria louco. A semelhança da forma humana e a imitação do conjunto dos membros, por certo afeto inferior conduz e arrebata os corações fracos dos mortais. Mas, se mostras cada um dos artefatos, apresenta igualmente as funções de cada um, cuja efígie, ó vaidade humana, te atrai.



§ 2
13/50-15/7 Pois, “têm boca e não falam; olhos e não vêem. Têm ouvidos e não ouvem, nariz e não cheiram. Têm mãos e não possuem tato, têm pés e não andam. Com a garganta não emitem clamores”.

Por isso, o artífice é melhor do que eles, porque os fabricou mexendo seus membros e deles se servindo; contudo, terias vergonha de adorar o artífice. Também tu és melhor do que os ídolos, mesmo que não os tenhas feito, porque fazes o que eles não podem fazer. O animal igualmente é melhor. Foi isso que acrescentou o salmista:

Com a garganta não emitem clamores”.

De fato, tendo dito mais acima:

Têm boca e não falam” que necessidade havia, depois de nomeados os membros da cabeça aos pés, de repetir os clamores emitidos pela garganta, a não ser, creio eu, que percebemos serem comuns a homens e animais o que mencionava dos demais membros? Pois, também os animais vêem, ouvem, têm olfato, andam e alguns, como os macacos, pegam com as mãos. Só o que dissera sobre a boca é próprio do homem; porque os animais não falam. Para evitar que alguém referisse apenas às funções dos membros humanos o que fora dito, e antepusesse somente os homens aos deuses dos gentios, no final de tudo prossegue:

Com a garganta não emitem clamores”, o que ainda é comum a homens e animais. Se tivesse dito primeiro, quando começou da boca a percorrer os membros: Têm boca e não clamam, teria referido tudo à natureza humana, e o ouvinte não advertiria com facilidade que se tratava de algo comum com as feras. Como, porém, nomeou a boca, que é própria do homem e depois da enumeração das partes do corpo que parecia terminar uma vez incluídos os pés, acrescentou:

com a garganta não emitem clamores”, com isso, despertou a atenção do leitor ou do ouvinte, e enquanto ele se pergunta por que esse acréscimo, descobrirá uma advertência a antepor aos ídolos dos gentios não somente os homens mas também os animais, de tal forma que se ele se cora de adorar um animal, que Deus criou vendo, ouvindo, cheirando, apalpando, andando, clamando com sua garganta, verificasse como era vergonhoso adorar um simulacro mudo, desprovido de vida e sensibilidade. Este ídolo teria a semelhança dos membros humanos de tal sorte que a alma entregue aos sentimentos carnais, dedicasse afeto a ele como se tivesse uma forma viva e animada, porque via ter membros que em seu próprio corpo são vivos e animados. Melhor, portanto, fazem igualmente os ratos e as serpentes e outras espécies de animais que, se assim se pode dizer, julgam os simulacros dos gentios, porque não percebendo neles vida humana, não cuidam de sua figura humana. De fato, muitas vezes, fazem neles os seus ninhos, e se os homens não os tocam, não procuram uma morada mais segura. Por isso movimenta-se o homem, para expulsar de seu deus um animal vivo; e adora-o como poderoso enquanto o ídolo não se move e o homem dele espanta o animal que é melhor. Espanta de um ídolo cego o animal que vê, de um surdo o que ouve, de um mudo o que grita, de um ídolo imóvel o animal que anda, de um insensível aquele que sente, de um morto o ser vivo, ou antes de algo pior do que um morto. É evidente que o morto não tem vida, mas é claro que antes vivia. Por isso, sem dúvida, o animal morto é melhor do que o deus que não vive, nem viveu.



§ 3
Que pode ser mais claro, caríssimos irmãos? Que há de mais evidente? Qual o menino que, interrogado, não responda que certamente “os ídolos das nações têm boca e não falam, olhos e não vêem” e o restante, descrito pela palavra divina? Por que, então, o Espírito Santo, em tantos lugares da Escritura procura insinuar e inculcar estas verdades como se todos não soubessem, como se não fossem elas muito claras e conhecidas? A não ser que acarrete uma afeição imunda ao erro começarem as multidões a honrar e cultuar as belas formas dos membros que costumamos ver naturalmente vivos nos animais e sentimos que vivem em nós, embora se assegure constituírem apenas um sinal os ídolos fabricados e colocados sobre um pe-destal. Assim, visto que não se encontra naquela estátua movimento algum de vida, acredita-se que nela existe uma divindade oculta. Seduzido pela forma e abalado pela autoridade de mestres em aparência sábios e das multidões que os seguem, pensa alguém que estátua tão semelhante a um corpo vivo, não pode deixar de ter um ser vivo que a habite. Assim também esse afeto dos homens estimulam os demônios perversos a tomarem posse dos ídolos dos gentios. Sob a direção deles, e por várias falácias são semeados e se multiplicam erros mortíferos. Contra isso mostram-se vigilantes as Sagradas Letras, em outras passagens. Não retruque alguém, ao serem ridicularizados os ídolos: Não adoro a este simulacro visível, mas a divindade que o habita invisivelmente. Ora, em outro salmo, a Escritura assim condena essas divindades:

Porque os deuses das nações são demônios. Mas o Senhor fez os céus(Sl 95,5).

Diz também o Apóstolo:

Que quero dizer com isso? Que os ídolos mesmos sejam alguma coisa?” Não! Mas “aquilo que os gentios imolam, eles o imolam aos demônios, e não a Deus. Ora, não quero que entreis em comunhão com os demônios(1 Cor 10,19.20).



§ 4
Julgam ter uma religião mais pura os que dizem: Não adoro um ídolo, nem um demônio; mas considero a efígie corporal como um sinal daquilo que devo adorar. Assim interpretam os simulacros, de forma que dizem que um representa a terra, e costumam dar a seu templo o nome da terra; outro figura o mar, como o ídolo de Netuno; outro o ar, como o de Juno, outro o fogo, como o de Vulcano; outro a estrela d’alva, como o de Vênus; outro o sol, outro a luz, a cujos simulacros dão o mesmo nome, como o da terra; outro esta ou aquela estrela, esta ou aquela criatura; ora, não podemos enumerar a todos. Se começarem a ser atacados a respeito deles, porque adoram corpos, principalmente a terra, o mar, o ar e o fogo, de que fazemos uso ime-diato (pois não se envergonham tanto em relação aos corpos celestes, porque não podemos tocá-los e atingi-los corporalmente, a não ser os seus raios que apreendemos com os olhos), ousam responder que não adoram os mesmos corpos, e sim as divindades que os presidem e governam. Por isso, uma só sentença do Apóstolo atesta o castigo e a condenação deles:

Eles trocaram a verdade de Deus pela mentira e adoraram e serviram à criatura em lugar do Criador, que é bendito pelos séculos(Rm 1,25).

Com efeito, na primeira parte desta sentença, condenou os ídolos; na segunda, porém, as interpretações dos simulacros; pois denominando as efígies feitas pelo ferreiro com os nomes das coisas criadas por Deus, trocam a verdade de Deus pela mentira; considerando e venerando, contudo, as criaturas como deuses, servem antes a criatura do que o Criador, que é bendito pelos séculos.



§ 5
Efetivamente, quem adora ou reza a olhar o ídolo que não tenha a sensação de ser ouvido por ele e espere que lhe dê o que deseja? Por isso, os homens presos a tais superstições, muitas vezes voltam as costas ao sol, e fazem preces à estátua que chamam de sol; e ao ouvirem o ruído das ondas do mar que lhes chega por detrás, adoram a estátua de Netuno em lugar do próprio mar, lançando gemidos como se ela os ouvisse. É isto o que faz e de certa maneira extrai aquela figura dos membros humanos. O espírito que mostra vida nos sentidos corporais, julga que apreende melhor o corpo bem semelhante ao seu do que o sol redondo e as ondas difusas e tudo mais que não é formado com as mesmas linhas que costuma verificar nos seres vivos. Contra este sentimento, que facilmente prende a fraqueza humana e carnal, a Escritura de Deus canta fatos muito conhecidos, com os quais relembra e de certa maneira desperta as mentes humanas, adormecidas em seus hábitos corporais.

Os ídolos das nações são prata e ouro”.

Mas Deus fez a prata e o ouro.

Obras das mãos dos homens”, diz o salmo. Eles adoram o que eles mesmos fizeram de ouro e prata.



§ 6
Mas também nós temos muitos instrumentos e vasos deste material ou metal que usamos para celebração dos sacramentos e são chamados sagrados porque consagrados por este mesmo ministério, em honra daquele que servimos assim em prol de nossa salvação. E estes instrumentos ou vasos que são a não ser obras das mãos dos homens? Todavia, têm boca e não falam? Têm olhos e não vêem? Por acaso dirigimos-lhes súplicas, porque por meio deles suplicamos a Deus? A causa principal de ser aquilo uma louca impiedade é que mais vale para os sentimentos daqueles infelizes a forma semelhante a de um ser vivo, que os leva a dirigir-lhe súplicas, do que a evidência de que não se trata de um ser vivo e que deve ser desprezado por um ser que tem vida. Pois, mais vale para curvar a alma infeliz diante do ídolo o fato de ter boca, de ter olhos, de ter ouvidos, de ter nariz, de ter mãos, de ter pés do que serve para corrigi-la a verificação de que não fala, não vê, não ouve, não cheira, não apalpa, não anda.



§ 7
16/8 Conseqüêntemente, acontece o que vem em seguida neste salmo, a saber, “semelhantes a eles sejam os que os fazem, e todos os que neles confiam”.

Vejam, portanto, eles com os olhos abertos e sensíveis, e adorem com as mentes fechadas e mortas os ídolos que não vêem nem vivem.



§ 8
17/9-19/11 “No Senhor confiou a casa de Israel. Ver o que se espera não é esperar. Acaso alguém espera o que vê? E se esperamos o que não vemos, é na perseverança que o aguardamos(Rm 8,24.25).

Mas, para que perdure até o fim a paciência, “ele é seu amparo e protetor”.

Acaso os homens espirituais (que instruem os carnais com espírito de mansidão, porque eles, como superiores, suplicam pelos inferiores) já vêem, e já possuem a realidade do que os inferiores ainda têm em esperança? Não é assim; pois também “no Senhor confiou a casa de Aarão”.

Por conseguinte, a fim de que também eles com perseverança avancem para o que está adiante e com perseverança corram até que apreendam aquilo que os prendeu e conheçam como são conhecidos, “ele é seu amparo e protetor”.

Pois, ambos “temem o Senhor e confiaram no Senhor. Ele é seu amparo e protetor”.



§ 9
20/12 21/13 Com efeito, os nossos méritos não precederam a misericórdia do Senhor, mas “o Senhor se lembrou de nós e nos abençoou. Abençoou a casa de Israel, abençoou a casa de Aarão”.

Mas, abençoando a ambos:

Abençoou a todos os que temem o Senhor”.

Perguntas quem são estes dois, e obtens a resposta:

Pequenos e grandes”.

Isto é, a casa de Israel com a casa de Aarão; na verdade, aqueles do povo judaico que acreditaram em Jesus como salvador; porque nem todos eles agradaram a Deus (1 Cor 10,5).

E o que acontece se alguns deles negaram a fé? A infidelidade deles não irá anular a fidelidade de Deus? De modo algum”! (Rm 3,3).

Nem todos os que descendem de Israel são Israel, como nem todos os descendentes de Abraão são seus filhos(Rm 9,6.7).

Mas, conforme está escrito:

O resto é que será salvo(Rm 9,27.29).

Diz-se em nome daqueles dentre eles que acreditaram:

Se o Senhor dos exércitos não nos tivesse preservado um germe, teríamos ficado como Sodoma, teríamos ficado como Gomorra(Rm 9,29).

Trata-se de um germe, porque espalhado pelas terras multiplicou-se.



§ 10
2/14 Os grandes da casa de Aarão disseram, pois:

O Senhor vos multiplique, a vós e a vossos filhos”.

E assim se fez: das pedras foram suscitados filhos de Abraão que se aproximaram (cf Mt 3,9); achegaram-se as ovelhas que não eram daquele redil, para haver um só rebanho e um só pastor (cf Jo 10,16); acrescentou-se a fé de todos os povos, e aumentou não somente o número dos sábios antís-tites, mas ainda dos povos obedientes, porque o Senhor multiplicou não só os pais que precederam em Cristo, os outros que haveriam de imitá-los, mas também os filhos, que deviam seguir as piedosas pegadas de seus pais. Com efeito, assim se exprime aquele Apóstolo aos que ele gerara em Cristo pelo evangelho:

Sede meus imitadores como eu o sou de Cristo(1 Cor 4,15.16).

O Senhor multiplicou não apenas os montes que saltaram como carneiros, mas igualmente as colinas que saltaram como cordeiros.



§ 11
3/15 4/16 Além disso, o profeta diz a ambos, pequenos e grandes, montes e colinas, carneiros e cordeiros o seguinte:

Sede abençoados pelo Senhor, que fez o céu e a terra”.

Parece dizer: Sede abençoados pelo Senhor, que vos fez céus nos grandes, terra nos pequenos; mas não o céu visível, cheio de luzeiros perceptíveis a esses olhos corporais.

Pois, o céu dos céus é para o Senhor” que de tal forma elevou e sublimou as mentes de alguns santos que não foram instruídos por homem algum e sim pelo seu próprio Deus. Em comparação a este céu tudo o que os olhos carnais percebem deve-se denominar terra, que “ele deu aos filhos dos homens”.

Assim, se a considerarmos, quer da parte que ilumina de cima, como é a denominada céu, quer da parte de baixo que é iluminada, a qual propriamente se chama terra, o todo, segundo mencionamos, em comparação com o que tem o nome de céu dos céus, é terra. Por conseguinte, toda essa “terra, ele a deu aos filhos dos homens”.

Considerando-a, na medida do possível, façam uma idéia do Criador, que os corações fracos, sem este auxílio da reflexão, não podem ver.



§ 12
Existe outro sentido destas palavras, que não devo dissimular:

O céu dos céus é para o Senhor, mas a terra, ele a deu aos filhos dos homens”.

A intenção não se aparte do que dissemos. Faláramos que grandes e pequenos representavam o que logo foi acrescentado:

Sede abençoados pelo Senhor, que fez o céu e a terra”.

Se sob o nome de céu entendemos os grandes, e da terra os pequenos, uma vez que os pequenos crescendo virão a ser céu, e nesta esperança se nutrem de leite, assim os grandes são céu da terra ao alimentarem os pequenos, e acreditem que são céu dos céus enquanto refletem na esperança que nutre os pequenos. Todavia, como eles colhem a sinceridade e abundância da sabedoria não de um homem, mas do próprio Deus, acolheram os pequenos que, na verdade, se transformarão em céu de tal modo que eles pró-prios saibam que são céu dos céus; no entanto são ainda terra, à qual digam:

Eu plantei, Apolo regou; mas era Deus quem fazia crescer(1 Cor 3,6).

Aquele que sabe prover à terra por meio do céu, deu a terra para ser trabalhada aos mesmos filhos dos homens que ele transformou em céu. Permaneçam, portanto, o céu e a terra, unidos a seu Deus que os criou, e dele vivam, confessando-o e louvando-o; porque se quiserem viver por si mesmos, morrerão, conforme está escrito:

Para o morto, como se não existisse mais nada, o louvor acabou(Eclo 17,28).

Mas:

Não são os mortos que louvam o Senhor, nem os que baixam à região dos mortos”.

Clama tua Escritura em outra passagem:

O ímpio, quando desceu ao fundo do abismo do pecado, zomba(Pr 18,3).

Mas nós que vivemos, bendizemos o Senhor agora e para sempre”.